1 - A Presidência

Cesar Salgueiro foi presidente do @sindjustiçarj, da @fenajude e candidato a deputado estadual pelo PDT em 2002.



Recebeu as seguintes homenagens no período 1993/2001



Titulo de "Comendador do Judiciário".



 
Título de "Cidadão Friburguense"



Título de "Cidadão Cantagalense"



Titulo de "Cidadão Macaense"


A seguir um resumo da trajetória política sindical no período: 1993/2001



Resumo - parte 01




Ato público acontecido durante uma greve dos Servidores da Justiça do Estado do Rio de Janeiro que durou aproximadamente 100 dias.

O governador do Estado do Rio de Janeiro era Moreira Franco. O presidente do TJRJ, Desembargador Pedro Américo Rios Gonçalves, foi sucedido pelo Desembargador Jorge Loretti e, em seguida, pelo Desembargador Antonio Carlos Amorim.
Nessa época, nascia o Sind-Justiça, que teve como seu primeiro presidente Gilberto Stoliar. Ele foi sucedido por Elisabeth Gatto Brum e, em seguida, por Amarildo Silva, sendo todos eles fundadores.

Em Nova Friburgo surgiu a primeira Delegacia Sindical e eu fui eleito Delegado.


Em 1993, um grupo de colegas veio a Nova Friburgo propor que eu aceitasse compor uma chapa para disputar as eleições, para o biênio 93/95, com  Amarildo Silva que buscava a sua reeleição. 



Os argumentos foram bastante convincentes e acabei por aceitar o convite. 
Naqueles dias, o relacionamento entre o sindicato e o tribunal não eram os melhores. O Presidente Antonio Carlos Amorim sentindo-se traído pela categoria fechou as portas do seu gabinete aos diretores do sindicato. 



O que provocou essa situação  foi a proposta feita pelo Presidente do T.J e aceita pelos diretores do Sindicato na qual a categoria não entraria em greve antes do resultado das negociações entre o poder judiciário e o governo do estado. 
Os Serventuários encontravam-se em plena campanha salarial.





Segundo Antonio Carlos Amorim a aceitação da proposta por parte dos diretores do sindicato o deixou a vontade para negociar com Leonel Brizola os índices do reajuste solicitado, mas foi pego de surpresa com a deflagração de uma greve antes do termino das negociações.
  O presidente do tribunal chegou a fazer uso do carro de som da entidade, em plena assembleia, para denunciar a traição que sofrera por parte dos diretores do sindicato.
Foi o suficiente para dividir os servidores e por um ponto final nas negociações. 
Foi nesse clima que iniciamos nossa gestão a frente do Sindjustiça.


Resumo - parte 02



Outubro de 1993. 
Fomos empossados diretores do Sind-Justiça. 
A entidade não possuía patrimônio e seu quadro de associados era bastante reduzido.

A sede social estava instalada provisoriamente no fundo do corredor "C",  3º andar do prédio do Fórum Central.

 Os salários eram baixos e consequentemente a receita da entidade era insuficiente para custear suas necessidades básicas e as dívidas que se apresentavam.



A primeira providencia foi reabrir o canal de negociação com a administração do T.J. 
De outubro de 93 a fevereiro de 94 aconteceram diversas reuniões e como resultado obtivemos vários pequenos reajustes recuperando um pouco do poder aquisitivo dos servidores e consequentemente aumentando a receita da entidade, o numero de filiados também teve um  aumento considerável.
Começávamos a conquistar a confiança da categoria.
O relacionamento entre Servidores e Tribunal de Justiça havia sido recuperado.
A partir daí iniciamos o processo para a compra da sede social da travessa do Paço 23 - 13º e 14º andares.




Foi aproximadamente em julho ou agosto de 94, no mês em que aconteceria a conversão da nossa moeda para o Real, que apresentamos uma proposta ao então Presidente Des. Antonio Carlos Amorim para a recuperação dos vencimentos da categoria.

 O Presidente abraçou a proposta e administrativamente a colocou em prática desafiando o governador do estado e toda a sua equipe fazendaria. E usando da autonomia do judiciário, prevista na Constituição, engordou nossos contra-cheques já no mês seguinte.

  Os salários do Judiciário Fluminense passaram a patamares nunca alcançados na sua historia (os indices podem ser conseguidos nos arquivos da administração do TJ RJ). 

Nos anos de 1995 a 2000 obtivemos, das administrações que se sucederam, todos os reajustes necessários a manutenção do nosso poder aquisitivo baseados nos índices oficiais da inflação. 

Em meados de 98 negociamos para que o Presidente Thiago Ribas adiantasse para toda a categoria 10% do aumento consignado na ação iniciada em 1987 contra ato inconstitucional do então governador Moreira Franco que nos excluía de um reajuste geral de 70%, reajuste dado a 
todos os servidores do estado, excluído o judiciário.





Outras conquistas se seguiram: 
Confeccionamos, com o apoio da administração do T.J, o texto do Instituto de  Aposentadoria dos Membros e Servidores do Poder Judicário do Estado do Rio de Janeiro que foi aprovado pela Alerj e sancionado pelo governador Antony Garotinho mas que continua na dependência de sua regulamentação. 




Compramos a sede social da Travessa do Paço, reformamos seus 2 andares, criamos os diversos departamentos e os estruturamos tornando-os eficientes. 
Criamos o departamento de informática, compramos vários computadores, administramos diversas cooperativas:
A de veículos, possibilitando aos associados a compra de automóveis zero km. 
A de eletrônicos que permitiu aos servidores comprarem seus computadores.
A Cooperativa de remedios (Farmacia).
Construímos o 15º andar onde antes só havia o telhado do predio do sindicato e instalamos um centro médico/odontológico com equipamentos de ultima geração.
Compramos a sede recreativa, em Jacarépagua.
A compra das sedes encontram-se registradas em cartório.




Trouxemos o jurídico, 
antes terceirizado, pra dentro da entidade contratando mais advogados e entre esses o Dr. Jorge Braga nomeando-o gerente jurídico, cargo no qual permaneceu até o fim de nossa gestão.


Negociamos e intermediamos para que o T.J.R.J assinasse convênio com a CEF para a aquisição de casa própria com financiamento e empréstimos consignados em folha. 

Assinaram o convênio o Desembargador Thiago Ribas e o Presidente da Caixa Econômica Sergio Cutolo, sem esquecer a importância do Sr. Azer, regional da CEF - RJ, em toda a negociação.

Resumo - parte 03




Criamos a Cooperativa de Credito Mutuo dos servidores do Judiciário, a Coop-Justiça. 
O objetivo era proporcionar aos servidores do judiciário fluminense as possibilidades para acertarem suas finanças, bastante combalidas por anos de salários humilhantes, sem se submeterem as exigências que os bancos privados, impunham.
Coop-Justiça, sucesso de organização e desenvolvimento e uma das maiores do Brasil atendendo a milhares de associados.


 
O ano de 1994 foi o que nos deu condições de desenvolver todo o nosso trabalho. 

Os aumentos conseguidos entre fevereiro e agosto nos fez, segundo pesquisa encomendada ao DIEESE, ser a unica categoria de servidores públicos  a ter ganhos reais na conversão definitiva da nossa moeda para o real. 

Devemos muito aos Desembargadores Antônio Carlos Amorim e Gama Malcher, presidentes do T.J.R.J.



Vieram as homenagens: 

Clube Municipal, Câmara dos Vereadores de Nova Friburgo, de Cantagalo, de Macaé e do Rio de Janeiro.

Recebi Comendas, dentre elas, as que mais me tocaram foram a de Comendador do Judiciário do Estado do Rio de Janeiro e a de Cidadão Friburguense.

Fiquei muito honrado também em receber os títulos de cidadão Cantagalense e Macaense.



Nos mantivemos como a categoria com os melhores salários entre os Judiciários Brasileiros até meados de 2000 quando uma recessão no estado, somado a intervenção do executivo estadual nas contas do judiciário fluminense, nos impôs perdas gradativas e que jamais foram repostas.



Mesmo assim os concursos para o T.J. passaram a ser concorridos e o nível intelectual dos funcionarios aumentou consideravelmente. 

A partir do meio do ano de 1994, advogados, professores, bancários, médicos, dentistas, engenheiros, enfim, mãos de todas as obras chegavam ao nosso convívio através desses novos concursos.






Resumo - parte 04




A sede do sind justiça, após ter sido reformada, passou a ser passarela por onde passaram personagens ilustres da historia política do nosso estado.
Presidentes do TJRJ, Governadores, Secretários de Estado, Deputados, Vereadores, Empresários e Funcionários de outras categorias viam buscar ajuda, orientações, aprendizado, compartilhar experiências independente de partidos ou religiões.





Conseguimos os maiores reajustes da historia da categoria, o DIEESE comprovou isso. 











Todas as autoridades começaram a respeitar a
entidade e o seu presidente.


 
           








Não utilizamos a greve como o único e sim como mais um instrumento de conquistas. 
Os reajustes eram negociados com o presidente do TJ e com o governador diretamente.
A repercussão do nosso trabalho chegou a todos os estados e consequentemente fui eleito Presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Servidores dos Judiciários Estaduais e do Distrito Federal em congresso realizado no Hotel Othon Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro em 1998 e reeleito, por aclamação, no congresso de Brasília no ano 2000.


Discutimos e reagimos a privatização do IASERJ e do IPERJ. 
Participamos intensamente do “Movimento em Defesa do Serviço Público”. 
Éramos presença obrigatória nos seminários que
discutiam o futuro do Judiciário no Brasil. As conquistas continuavam a acontecer.



Estivemos com:
Nilo Batista, Marcelo Alencar, Marco Antonio Alencar, Antonio Carlos Magalhães, Antony Garotinho, Sergio Cabral, Hugo Leal,  Leonel de Moura Brizola, Presidentes dos Tribunais da Bahia, Alagoas,
Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Deputados, Vereadores, Lideres Sindicais...

Atos finais da gestão 


Em 2001 perdemos a reeleição para a chapa da oposição encabeçada por Amarildo Silva que permaneceu, inicialmente como presidente e posteriormente como coordenador, até o ano de 2011.
Nessa época, iniciou-se um movimento para tornar o sindicato mais agressivo, de lutas e menos negociações em gabinetes. 

Os métodos até então utilizados por nossa diretoria já não convenciam o grupo oposicionista, queriam mudança.
Os oposicionistas pregavam que: 
A verdadeira vitoria é aquela que se conquista nas ruas” 
 Na verdade eles tinham medo de que a ausência de movimentos de rua provocasse a despolitização da categoria e a desmobilizasse de forma irreversível.

As conquistas conseguidas através do convencimento, em reuniões de gabinetes, não tinham valor político segundo eles.

A gestão de Amarildo foi marcada por protestos, greves e muita mobilização.

Apresentação final



Recentemente,, (meados de 2011), ouvimos a categoria voltar a reclamar por  um novo modelo de sindicato. 
Queriam uma entidade que negociasse em alto nível, que conversasse com as autoridades e as convencessem da importância do nosso trabalho,
queriam a volta do modelo antigo do nosso sindicato.

  
Os protestos, as greves, as agressões verbais e escritas já não representavam os nossos anseios
. 
A gestão Cesar Salgueiro abusou dos meios diplomáticos, negociou com representantes dos governos e do TJ até a exaustão, os resultados apareceram, o mesmo não estava acontecendo com os métodos de

  radicalização utilizado pelas gestões seguintes. 

"De tempos em tempos estaremos voltando ao começo, procurando novas velhas formulas para conquistar respeito e dignidade através de melhores salários.
Não existem formulas perfeitas, a busca é necessária.

O importante é reconhecermos nossos erros e com eles buscar acertar."

Não podemos nunca esquecer que pertencemos a um poder autônomo, independente e que esse poder deve tomar suas próprias decisões, pelo menos é isso que diz a nossa constituição e se os administradores do poder judiciário  esqueceram disso, é nossa obrigação lembra-los.

*** A gestão Cesar Salgueiro teve inicio em outubro de 1993 e terminou em setembro de 2001.


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Comentários

  1. Fala amigo Cesar, quem fala aqui é aquele que primeiro te recebeu no Forum de Nova Friburgo, na Segunda Vara Cível e nos tornamos grandes amigos, vc é uma excelente colega e amigo de trabalho, muito legal sua trajetória. Abraços.

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  2. Valeu Gustavão! Você é um dos poucos amigos que tenho. Um grande abraço e um FELIZ NATAL!

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  3. AGORA SIM.... FICOU LEGAL... CURTI A FONTE DO SEU NOME LÁ NO TÍTULO... TA FICANDO BOM HEIM... ABRAÇÃO GAROTO.

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  4. Prezado César : sou o Elmo, editor do O SERVENTUÁRIO Independente e gostaria de entrevista-lo assim como fiz em 15 de Janeiro de 2001 ( www.serventuario.com.br/web14_capa.htm) . Por favor, comunique-se comigo pelo email editor.si@gmail.com.
    Tudo de bom e um abraço,
    Elmo

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  5. Prezado César,
    Melhorou muito o lay out do blog. Atualizado e cada vez se aproxima mais de retratá-lo como seu espírito é, na sua essência...
    Um grande abraço,
    Mario Luis

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  6. Obrigado,.amigo Mario. Estou me esforçando pra melhorar está página que, espero, servirá como referência para aqueles que não tiveram a oportunidade de viver os anos dourados do nosso sindjustiça. Espero contar com sua ajuda.

    Cesarsalg@gmail.com

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  7. Uma trajetória de vida pela riqueza de tua atuação pública! Tenho orgulho de ser tua amiga e de tua trajetória cultural

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  8. Uma trajetória NOTÁVEL de vida pela riqueza de tua atuação
    pública quis dizer. Maria Vilani

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  9. Adorei o seu trajeto na política e parabéns pelos títulos recebidos🙏🙏

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    1. Obrigado! Foi um período de muito trabalho e muita luta.

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  10. Comendador Diary25 julho, 2025

    Estou reativando este blog onde registrarei minhas memórias de antes, durante e depois do período político sindical.
    Conto com o feedback de vocês.
    Obrigado

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